segunda-feira, 21 de setembro de 2015

KARATE E QUALIDADE DE VIDA

Olá pessoal,
Seguem, abaixo, alguns esclarecimentos sobre o Karate, de acordo com artigo publicado pelo professor José Antonio Vianna no site IDMED.
Aproveitem!

Oss...

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Como a prática do esporte atua no organismo? Quais os benefícios para o corpo?
A prática orientada do karate direcionada a educação, ao lazer, ao fitness e a qualidade de vida, pode favorecer a melhoria das grandes funções, a resistência muscoloesquelética, a amplitude articular e a coordenação motora geral e específica. O indivíduo torna-se mais ativo, perspicaz, forte e resistente nas atividades cotidianas.
Alguns estudos têm demonstrado que a prática do karate está relacionada a melhorias nos sistemas cardiovascular (Padilla et al, 2000), melhoria da força, resistência, potência e flexibilidade (Neto et al, 2008; Stemberg et al, 2006) mudança na composição corporal (Fritzsche e Raschka, 2007) e perda de peso (Artioli et al, 2006). A prática do karate tem sido relatada como um componente auxiliar na modificação do estilo de vida e na adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável, combatendo os diversos males associados à hipocinesia, próprios da vida contemporânea.

Quais as partes do corpo que são mais exigidas?
O karate trabalha com o peso do próprio corpo, o que favorece uma formação corporal harmoniosa e segura. O uso de implementos ou aparelhos não é fundamental ao praticante sem finalidades esportivas. As pernas e cintura pélvica integradas, são fundamentais no processo de ação e reação decorrentes da aplicação dos golpes de ataque e defesa, exercendo a função de base para o equilíbrio, a estabilidade, a resistência, a velocidade de deslocamento e de reação e de outras qualidades necessárias à prática. Por se tratar de uma atividade praticada eminentemente de pé, as pernas são trabalhadas constantemente. Uma das características corporais do praticante de karate, são as pernas fortes, ágeis e flexíveis.

Quais os riscos para a saúde?
Como as demais atividades físicas, a prática do karate requer uma avaliação médica preliminar, prescrevendo as indicações e cuidados necessários. O treinamento esportivo é eminentemente anaeróbio, sendo restrito a pessoas com cardiopatias e hipertensão, sem o devido acompanhamento médico.
Portadores de outras patologias devem ser tratados com o controle devido, o que indica que a prática deve ser conduzida por profissional habilitado e competente, a fim de minimizar os riscos de acidente ou de lesão, assim como os riscos de uma rivalidade hostil e principalmente elevar os benefícios à saúde.
Os limites da prática são os limites individuais que devem ser respeitados pelo praticante e pelo professor, que deve estimular a superação dos limites pessoais com a devida moderação.

Quais os passos para começar a prática do karate?
Ao contrário do que pensam alguns, não é necessária uma preparação física prévia para se iniciar no karate. Embora os movimentos não sejam os naturais, tenham sido construídos para aumentar a eficácia dos golpes, a flexibilidade, força, resistência e habilidade motora do praticante são os seus limites.
A atividade possui particularidades que só serão superadas praticando. Assim, o mais importante é começar.

Quais as dicas e os cuidados que um iniciante no esporte deve tomar?
Após a avaliação médica, procurar uma academia ou escola devidamente registrada e com profissional habilitado, deve ser o primeiro passo.
Assistir algumas aulas, procurando observar se os procedimentos didáticos adotados pelo professor possibilitam o aprendizado garantindo a integridade dos alunos; Observar se o nível de exigência das atividades da aula é adequado às possibilidades de realização dos alunos; Verificar se no início da aula existe uma preparação física e psicológica para as atividades de maior intensidade, bem como se ao final da mesma realiza-se exercícios de relaxamento ou de compensação das atividades desenvolvidas anteriormente, são os passos seguintes.
Nas primeiras aulas o aluno aprende algumas técnicas que o capacitam a evitar ataques causados por agressores leigos. Ao perseverar nos treinamentos, o praticantes passa a conhecer os seus próprios limites e o poder adquirido, o que o leva a controlar a sua agressividade e a evitar as situações de confronto. A auto defesa é uma consequência do treinamento regular, da disciplina, do auto controle, de uma formação não apenas física mas, ao mesmo tempo, mental e social.
Os frutos colhidos nas práticas, transformam-se em sementes que germinarão e florescerão, renovando o Homem e a Arte ao longo da vida.

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Referências

ARTIOLI, G. ET AL. Perda de peso em esportes de combate de domínio: revisão e recomendações aplicadas. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 8(2), jun 2006.

FRITZSCHE, J. AND RASCHKA, C. Sports anthropological investigations on somatotypology of elite karateka. Anthropological Anz. 65(3):317-29, sep 2007.

NETO, O P. ET AL. Comparison of force, power and striking efficiency for a Kung Fu stike performed by novice and experienced practitioners: preliminary analysis. Perceptual and Motors Skills. 106(1): 188-96, feb 2008.

PADILLA, J.P. ET AL. Pulso maximo de oxigeno em atletas mexicanos de alto redimiento. Revista do Instituto Nacional de Enfermidades Respiratorias. 13(2):73-84, abr-nu, 2000.

STEMBERG, A ET AL. The Downstart Program: a hospital-based pediatric healthy lifestyle program for obese and morbidly obese minority youth. Pediatric Endocrinology Review. 3 Suppl. 4:584-9, dec 2006.